Vi uma única emissão do concurso 'Operação Triunfo' (RTP1). Não por nada. Simplesmente, nunca calhou. E quando nunca calha uma pessoa que vê tanta TV como eu passar ao lado de um programa há qualquer coisa que não bate certo. Mas vamos dar isso de barato. Mesmo que me tivesse cruzado com este concurso, mesmo que interessasse pela sua narrativa, tenho um problema de base com este concurso: dá argumentos bons a quem acha que o canal público devia ser privatizado.
Para avaliar da legitimidade de um programa na grelha de programação de um canal público faço-me várias perguntas:
- O que acrescenta de novo à oferta televisiva?
- É exibido num horário alternativo?
- É um formato inovador, com soluções únicas que, pelas suas características, tenha difícil aceitação num canal comercial? (É a caracteristica menos importante, porque a televisão é o que é, geralmente, este conceito serve apenas para 'desculpar' a existência de medíocre oferta televisiva.
Respostas:
Não acrescenta novidade. Aliás, foi feito para se parecer ainda mais com o 'Ídolos'.
Não é exibido em horário alternativo.
Não é novo, não é inovador.
Custa-me dizer isto, porque acho que o director de programas da RTP, José Fragoso, é sensato e sabe o que faz, mas desta vez o tiro foi completamente ao lado. A começar pelo logótipo (o microfone está parecido com um martelo).