Terça-feira, 12 de Abril de 2011

O elogio do daytime

Dias antes da eleições para a presidência da República, o "Você na TV" teve no programa a historiadora (e Prémio Pessoa) Irene Flunser Pimentel para falar sobre os direitos e deveres dos cidadãos nos últimos cem anos. Foi até muito simples: colocaram questões a várias pessoas e depois confrontaram as respostas com os factos, explicados pela especialista. Foi uma conversa descontraída que, quanto a mim, resultou mais do que mil campanhas da comissão nacional de eleições. Perante este exemplo de acuidade noticiosa, o que me pergunto é por que razão persistem os preconceitos em relação aos apresentadores de televisão do daytime, sobretudo tendo como comparação o que se passa nos canais de notícias que, à mesma hora, entre as 10.00 e as 13.00, se ocupam com blocos noticiosos que se limitam a "picar" as notícias alheias ou, pior, "antenas abertas" e "opiniões públicas", cujo valor televisivo ponho seriamente em causa. Que interessam as opiniões da Maria Joaquina, 88 anos, reformada (sem desprimor para as pessoas que participam)? Há uma falácia nestes programas, confundindo-se a forma -- estarem em respeitados canais noticiosos -- com o conteúdo -- um programa de televisão em que um jornalista atende chamadas telefónicas. E, no entanto, ninguém se atreveria a dizer mal de quem os apresenta, ao passo que do Manuel Luís Goucha, Cristina Ferreira e Júlia Pinheiro se aceita falar sempre com um toque sobranceiro. 

Deixo aqui de fora, propositadamente, a "Praça da Alegria", apresentada por Jorge Gabriel e Sónia Araújo. Primeiro, porque não vejo e, logo não sei o que por lá se passa, segundo porque ainda que reconheça o mérito dos programas da TVI e da SIC, penso que à RTP1 devia competir oferecer um programa totalmente diferente, que resultasse de facto numa opção para o espectador. É certo que se o canal público mudasse de formato sempre que os outros seguem a RTP não fazia mais nada, mas ao fim de tantos anos de programa, isso não devia ser desculpa.

Por maioria de razão, por outro lado, que da programação de um canal público de notícias conste uma "antena aberta", que é, ainda por cima, a versão com imagem do programa de rádio, é vergonhoso. Faz-nos pensar, realmente, qual a utilidade deste canal. Sim, eu sei que são programas baratos de fazer, mas ainda assim, pedia-se um pouco mais de imaginação. Nem que fosse só isso...

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