Na senda da televisão que parecia já não existir, mas afinal existe, está viva e bem viva, aqui deixo mais uma notícia do "Jornal de Notícias".
SIC lança rubrica "A nossa terra quer"
O "slogan" veiculado pela estação de Carnaxide "A SIC mais perto de si" parece assumir contornos mais concretos com a rubrica "A nossa terra quer", que visa ser um espaço que dê a conhecer as necessidades de várias regiões do país.
Este novo conteúdo terá lugar na antena da SIC em programas como "Fátima" ou "Contacto", não tendo sido contudo avançado o rosto desta iniciativa.
Posto isto, até 16 de Junho, está aberta a fase de recepção de candidaturas, sendo que estão em posição de concorrer quer "colectividades já existentes" quer "qualquer grupo de cidadãos que para tal se organize", anuncia a estação em comunicado. Projectos de âmbito social, cultural, ou desportivo serão sujeitos a uma fase de pré-selecção inicial, em que serão avaliados por um júri composto por cinco especialistas. Após a escolha de três propostas por distrito, as mesmas serão submetidas a votação pública na SIC, pelo que "os proponentes terão oportunidade de defender o seu projecto (e a sua localidade) aos olhos do país".
A estação compromete-se ainda a "congregar os esforços necessários", junto das PM locais, para que o intento de cada distrito seja realizado, tendo estipulado um máximo de 30 mil erros para o efeito. EP
Não é a mesma coisa, mas isto recorda muito o programa "Praça Pública", dos primeiros tempos da SIC e do qual Nuno Santos, actual director de programas da estação, foi apresentador. Podem ser diferentes na forma, mas o essencial mantém-se: a denúncia. Aqui com aquele toque moderno que o afasta da informação e a aproxima do entretenimento: conseguir resolver a coisa.
Esta notícia vinha no "Jornal de Notícias" de hoje:
Júlia Pinheiro regressa ao horário nobre
Júlia Pinheiro |
Estreia amanhã, na TVI, depois do noticiário principal,"Factos em directo", um programa que traz Júlia Pinheiro de regresso ao horário nobre. O conceito do formato não é novo alguém que foi condenado submete-se à avaliação do polígrafo - detector de mentiras - de forma a provar à sociedade que está inocente.
A estação apenas adianta que este conteúdo salta de uma rubrica do "talk show" de Júlia Pinheiro para o serão. Refira-se que também a SIC estará a preparar um programa que parece ter moldes semelhantes, cuja apresentação será entregue a Teresa Guilherme. A estreia de "O momento da verdade" ficou prometida para a "rentrée". Do arquivo da SIC já consta "A máquina da verdade", que mostrou o padre Frederico a enfrentar as câmaras. DM
Pensava que esta televisão já não existia, mas pelos vistos estava errada.
Pergunto: isto dará assim tantas audiências? É que prestígio não dá nenhum.
Uma pessoa fica tentada a alinhar com Pacheco Pereira e Eduardo Cintra Torres quando vê noticiários com o "Telejornal" de hoje da RTP. Selecção, selecção e mais selecção. 17 minutos disto (olhei para o relógio boquiaberta) até chegarem à notícia de que Portugal é o país da Europa a 27 com maiores desigualdades sociais, coisa pouca já se vê.
Claro que pode sempre argumentar-se que "as pessoas" (essa entidade abstracta e irreal) só querem selecção. Pode ser verdade e eu até compreenderia que abrissem a emissão com futebol, o que me deixou pasma foi que dominasse 17 minutos de um noticiário que dura 60 e, que ocupando esse tempo todo, boa parte dele fosse passada em directos totalmente vazios, onde se dizia... nada.
A coisa notava-se ainda mais pois tanto a SIC como a TVI abriram com assuntos económicos. E, não querendo ser uma velha do Restelo, é por estas e por outras que sobre a RTP recaem tantas críticas sobre a sua falta de independência face ao Governo. Parece-me demasiado maquiavélico acreditar o gabinete do primeiro-ministro possa ter intervenção directa no alinhamento de um noticiário, mas que dá que pensar dá. E se não há mão de Sócrates, posso sempre pensar que na estação pública andam mais papistas que o papa.
Tanto "adiante" era dispensável, mas Bárbara Guimarães esteve muito bem e os modelitos eram bem janotas (acho que esta é a palavra). E só mesmo uma mulher muito bonita pode usar um vestido de gala que deixava ver o body.
Tenho quase a certeza: a gala desta noite marca um antes e um depois na televisão nacional. A SIC entrou num novo caminho e isto vai tornar tudo isto muito mais interessante. Gostei de ver o José Eduardo Moniz e a Manuela Moura Guedes ao lado do Nuno Santos e da Andreia Vale na plateia (curiosamente, dois directores de programas e duas jornalistas).
Como não podia deixar de ser, os Gatos deram um ar da sua graça nos Globos de Ouro. Quando Nuno Santos foi ao palco falar (bonito momento esse de chamar todas as pessoas da casa e lembrar Henrique Mendes), tinha com ele Zé Diogo Quintela. Esta parte foi gira e mais giro ainda foi ver que ele está todo magrinho. Pena que tenha saído a correr, para espanto do próprio director de programas. Menos divertida a intervenção dos restantes Gatos Fedorentos, a jogarem Playstation em vez de pensarem o próximo programa. Muito batido!
É verdade o que dizem: em televisão o que não é verdadeiro nota-se muito. Deve ser por isso que a Vanessa Fernandes - que não é uma brasa como a Soraia Chaves, nem levava o vestido mais bonito que pisou a passadeira vermelha do Coliseu dos Recreios - brilha mais que todas as outras. Fez, sem dúvida, o melhor discurso da noite dos Globos de Ouro. A começar pelo "hoje nem com isto posso" (a olhar para o globo), passando pelo "gostava que todos vocês soubessem o que se sentem" e terminando nos sapatos de salto alto, o que realmente lhe custa ter de usar.
E não se arranja um Globo para a Paula Bobone? Que chapelinho tão lindo!
Antes que me esqueça e isto seja só loas à SIC, tenho de falar da mini-gaffe de uma jornalista da SIC que, à hora do almoço, fez um directo do Coliseu dos Recreios. Anunciou a presença de um grande actor britânico chamado Peter O' Tooth. Pronto, o mundo não cai. Mas é divertido.
Filipe Faísca ganhou o prémio para melhor estilista. Não existirá muita gente neste País que conheça a fundo o seu trabalho, a começar por mim. Mas adorei a ousadia. Quando ouviu o seu nome beijou o namorado. E o discurso também foi divertido com a história da mãe que lhe queria pagar mais do que ele pedia.