Sexta-feira, 27 de Julho de 2007
"As Tardes de Júlia" tem feito boas audiências e, por isso, não fazem falta os elogios, mas este programa tem uma coisa óptima: grava as histórias de gente real e anónima que passam no programa.
De início perguntava-me por que razão faziam isto. Parecia-me redundante, tendo em conta que as pessoas depois estavam no estúdio. Até que percebi que estava perante uma grande ideia (que também se vê na "Oprah", na SIC Mulher). Desta forma economiza-se tempo e não se perde tempo com pormenores da treta, repetições, erros de português e um sem-fim de coisas proibidas em TV.
Nos programas como "As Tardes de Júlia", ao contrário do que se passou com Sócrates na sua entrevista à SIC, falar à vontade e sem guião pode estragar tudo. Eu queria que o primeiro-ministro fosse espontâneo e natural, mas dispenso essas coisas nas tardes televisivas.
Em compensação, e porque isto não pode ser só flores, lamento que "As Tardes de Júlia" tenha de ter, tal como todos os programas da manhã e da tarde, aqueles concursos (no caso, "Cara ou Coroa") para os quais não há paciência.
Há uma coisa que me impressiona muito (e pela negativa, entenda-se) nas séries "CSI": fazerem a apologia da pena de morte.
Não tenho a certeza absoluta que seja assim na série de Nova Iorque, mas já vi a Catherine Willows (Marg Helgenberger) fazê-lo no "CSI" (Las Vegas), onde até já mostraram uma execução, e creio recordar-me do Horatio Crane (David Caruso) a fazer o mesmo no "CSI Miami".
É possível que estas nuances tenham a ver com o facto de as leis aplicadas nos vários estados americanos serem diferentes - Nevada e Florida têm pena de morte ao contrário de Nova Iorque - mas isto tudo parece-me demasiado real e até desconfortável.
Preferia que não o fizessem, mas, quando me ponho a pensar nisso, prefiro que sejam fiéis à realidade. Por mais bizarra que ela seja.
Quarta-feira, 25 de Julho de 2007
Este post tem a ver com TV, mas tem mais a ver com o nosso primeiro-ministro e a entrevista que deu à SIC. Ou melhor, tem a ver com o facto de Sócrates ter um medo incrível das câmaras, sacrificando algo fundamental em televisão: a espontaneidade.
Estudou a cartilha e decorou-a ao pormenor. Em quase todas as perguntas que lhe foram feitas, deu as respostas que lhe interessava dar e não respondia ao que se perguntava. No entanto, acho que não se preparou o suficiente.
Tendo decorado tantas falas, acabou por ter algumas brancas. Por exemplo, quando fala de Manuel Alegre e do PS. Foi traído pela palavra "diversidade". Sabia que a tinha de usar, mas não o fez no sítio certo.
Não correu bem.
Sexta-feira, 13 de Julho de 2007
Graças ao Fofito, que assina um comentário no post abaixo, dei-me conta que cometi duas incorrecções. Vamos lá a pôr as coisas bem:
- A TVI fez 47,2% de share no dia 07/07/07. O maior de sempre desde que o canal existe.
- A SIC não deu "Páginas da Vida" nesse dia.
Agradecimentos ao Fofito pelos reparos. Aproveito, no entanto, para dizer: isto ainda é pior do que eu pensava!
Segunda-feira, 9 de Julho de 2007
Quem espreitou as audiências de sábado reparou que, se depender dos portugueses, o planeta Terra está em perigo. A RTP1 fez 22,4% de audiência média no dia em que transmitiu o mega-concerto Live Earth. Gostava de dar mais detalhes sobre isto, mas, tal como a maioria do público preferi as "7 Maravilhas".
A TVI varreu o dia com "As Novas 7 Maravilhas", "As 7 Maravilhas de Portugal" (que resultados absurdos, deixem-me só desabafar!), os comentários às 7 Maravilhas e a "Lotaria Clássica" e o "Jornal Nacional", ambos transmitidos do Estádio da Luz a propósito.... das 7 Maravilhas. Média do dia: 29,9%.
Mas há pior. Para o nosso planeta, claro! Sem qualquer programação especial (embora lá estivesse o torpedo "Páginas da Vida"), a SIC arrecadou 25,3%.
O Verão é uma época tramada para quem quer ver televisão. Para os programadores, calor quer dizer não investir um tostão nos seus canais. A culpa, dizem, é das audiências que são mais baixas. Mas eu estou em crer que não fazem grandes apostas porque nas próprias televisões está tudo de férias.
É por essas e por outras que me parece uma boa ideia que as tardes do canal público sejam agora do "Só Visto e Amigos". O "Contacto" (SIC) e "As Tardes de Júlia" (TVI) são mais completos e arrojados, mas em matéria de convidados a estação pública tem arrasado a concorrência: a oferta é em quantidade e em qualidade. Está bem!